
Israel autorizou a entrada de cerca de 100 caminhões com ajuda humanitária na Faixa de Gaza, informou nesta terça, 20, o porta-voz do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, Jens Laerke. A permissão inclui ainda a recuperação de cinco veículos com suprimentos enviados anteriormente, após o anúncio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre o envio de uma “quantidade básica de alimentos” ao território palestino. Desde 2 de março, nenhum tipo de ajuda havia sido autorizada, provocando escassez crítica de alimentos, água potável, medicamentos e combustível, segundo agências da ONU e organizações humanitárias.
A liberação foi considerada insuficiente por entidades internacionais. Para o chefe da Ocha, Tom Fletcher, a quantidade de ajuda é “lamentável”, enquanto a UNRWA denunciou que “a única coisa que entra em Gaza são bombas”. A agência afirma que os bombardeios israelenses continuam por ar, terra e mar, resultando em centenas de mortes e deslocamentos. A ofensiva de Israel, iniciada em outubro de 2023 após ataques do Hamas, foi intensificada nas últimas semanas, em meio ao bloqueio total à entrada de suprimentos.
A Oxfam Intermón, braço espanhol da ONG Oxfam, afirmou que o fluxo limitado de ajuda “não representa qualquer progresso” e pediu o fim imediato dos bombardeios e a criação de corredores humanitários seguros. Segundo o líder da organização, Wassem Mushtaha, mais de dois milhões de pessoas estão à beira da fome. “Estão famintas, traumatizadas, doentes e deslocadas”, declarou, acrescentando que a liberação parcial da ajuda não é um avanço real, mas “uma pequena concessão diante da pressão internacional”.
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