
A agência de classificação de risco Moody’s decidiu manter a nota de crédito do Brasil em Ba1, um nível abaixo do grau de investimento, mas retirou a perspectiva positiva, indicando que não há expectativa de melhora da avaliação nos próximos meses. A mudança foi anunciada nesta sexta, 30, e reflete a avaliação de que o avanço das reformas fiscais tem sido mais lento do que o previsto na última análise, em outubro de 2024.
Segundo a Moody’s, embora haja esforços de consolidação fiscal, como o cumprimento das metas de resultado primário, ainda faltam avanços estruturais para enfrentar a rigidez orçamentária. A agência apontou medidas como a desvinculação de receitas, a revisão dos benefícios da seguridade social e a desindexação do salário mínimo como caminhos para criar espaço fiscal. Caso o equilíbrio das contas públicas não avance como esperado, a classificação pode até ser rebaixada.
Em resposta, o Tesouro Nacional reafirmou o compromisso do governo com o ajuste fiscal e destacou o empenho em elevar a arrecadação e conter gastos. A nota ressalta a importância da articulação entre o Executivo e o Congresso Nacional para a aprovação de reformas estruturais, como a tributária. Apesar da manutenção da nota, a avaliação da Moody’s ainda é mais favorável do que as de outras agências, como a Fitch e a S&P Global, que classificam o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento.
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