
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, defendeu o fim dos descontos automáticos destinados a entidades e associações nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS. A declaração foi dada nessa terça, 29, durante audiência na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados, convocada após operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União revelar um esquema bilionário de fraudes envolvendo cobranças indevidas. “Sou a favor de suspender e não ter nenhum tipo de cobrança automática”, afirmou o ministro, ao destacar que a intermediação feita pelo INSS facilita práticas abusivas contra beneficiários mais vulneráveis.
Segundo Lupi, as entidades interessadas devem buscar contato direto com os aposentados e pensionistas, fora do sistema previdenciário. “Por que o INSS tem que cuidar disso? Acho que não é função principal do Instituto Nacional do Seguro Social”, disse. De 2019 a 2024, aposentados teriam pago cerca de R$ 6,3 bilhões em mensalidades associativas cobradas por essas entidades, de acordo com as investigações.
Durante a audiência, o ministro também apresentou um balanço das ações contra fraudes previdenciárias: em dois anos, foram iniciadas 268 apurações, resultando na deflagração de 213 operações conjuntas, com o cumprimento de 193 mandados de prisão e 701 de busca e apreensão. As medidas geraram uma economia de R$ 1,1 bilhão aos cofres públicos. Por enquanto, todos os descontos estão suspensos até a conclusão das investigações.
Seja o primeiro a comentar