
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, deixou uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, nesta terça, 27, após ser alvo de falas desrespeitosas do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que afirmou que ela “não merece respeito como ministra”. Durante a sessão, Marina também teve o microfone cortado e foi repreendida pelo presidente do colegiado, senador Marcos Rogério (PL-RO), que declarou que ela “deveria se pôr em seu lugar”. A ministra lamentou os ataques e disse que não teve alternativa senão se retirar, especialmente por já ter sido alvo de falas agressivas do mesmo parlamentar em outra ocasião.
Após o episódio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para Marina Silva. Segundo a assessoria da ministra, além de conversar sobre a saúde do presidente — que se recupera de uma crise de labirintite —, Lula prestou solidariedade e disse que ela tomou a decisão correta ao deixar a audiência. A primeira-dama, Janja da Silva, e outras ministras também manifestaram apoio à titular do Meio Ambiente, assim como os senadores Jacques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), líderes do governo no Senado e no Congresso, respectivamente.
Plínio Valério voltou à tribuna após o ocorrido, reafirmou sua postura e afirmou que “mulher é dever respeitar sempre”, mas que Marina Silva, na condição de ministra, não tem seu respeito por, segundo ele, dificultar projetos como a pavimentação da BR-319. A ministra também criticou a recente aprovação do projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, apontando que a medida representa um retrocesso para os direitos da sociedade e a preservação do meio ambiente no país.
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