Os ex-ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) negaram, nesta sexta, 30, qualquer conhecimento sobre uma tentativa de ruptura institucional por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os dois prestaram depoimento como testemunhas de defesa do ex-presidente na ação penal que apura uma suposta trama golpista para mantê-lo no poder, mesmo após a derrota nas eleições de 2022. A audiência foi conduzida por videoconferência e presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Cotado como possível nome do bolsonarismo nas eleições presidenciais de 2026, Tarcísio afirmou nunca ter tratado de golpe com Bolsonaro e disse que, mesmo após eleito governador, visitou o ex-presidente por amizade, sem que o tema tenha sido mencionado. Ciro Nogueira, por sua vez, declarou que o então presidente o orientou a conduzir a transição “da melhor forma possível” e relatou um período de desânimo de Bolsonaro após a eleição, mas negou qualquer tentativa de obstrução.
Outras testemunhas previstas para esta sexta foram dispensadas, como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e os ex-ministros Gilson Machado e Eduardo Pazuello. Ainda foram ouvidos o deputado distrital Hermeto (MDB), que não viu responsabilidade de Anderson Torres nos atos de 8 de janeiro, e a secretária do DF Ana Paula Soares Marra, que relatou reunião com Torres e o Exército sobre a retirada de acampamentos bolsonaristas. As audiências seguem até 2 de junho e são realizadas com acesso restrito à imprensa, sem autorização para gravações.
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