A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça, 3, que deixou o Brasil poucos dias após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão e perda do mandato por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a parlamentar, a saída do país, para onde vai em busca de tratamento médico, não representa um abandono, mas sim uma forma de resistência contra o que chama de “ditadura” no Brasil. Zambelli afirmou que permanecerá na Europa, onde possui cidadania, para denunciar a situação brasileira em cortes internacionais.
Apesar da condenação, Zambelli mantém o mandato, já que a perda do cargo depende de votação na Câmara dos Deputados. A parlamentar está inelegível por oito anos, mas sua defesa recorreu da decisão da Primeira Turma do STF, alegando cerceamento de defesa por não ter acesso completo a provas, incluindo cerca de 700 GB de dados da plataforma “mega.io”. Os advogados pedem que a Suprema Corte reveja a sentença e suspenda as consequências, como a perda do mandato.
A condenação de Zambelli está relacionada à invasão dos sistemas do CNJ em janeiro de 2023, ato que, segundo a Procuradoria-Geral da República, ela teria coordenado. A Polícia Federal aponta que o hacker Walter Delgatti Neto, que confessou o ataque, agiu sob orientação da deputada, incluindo a inserção de texto no sistema e o pagamento de pelo menos R$ 13,5 mil. A sentença prevê a perda do mandato de Zambelli após o trânsito em julgado, ou seja, quando todos os recursos forem julgados.
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