
A audiência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Câmara dos Deputados foi encerrada antes do previsto nesta terça, 10, após quase três horas de discussões acaloradas. A sessão, que debateria as medidas de compensação para o aumento do IOF, foi interrompida após embates entre parlamentares da oposição e o ministro. Deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) criticaram a condução econômica do governo e deixaram o plenário antes de ouvir as respostas. Haddad reagiu, classificando a atitude como “molecagem” e criticando a falta de disposição para o debate.
O clima se agravou quando Jordy retornou ao plenário e exigiu direito de resposta, elevando o tom contra o ministro. Nikolas também tentou se manifestar, mas não teve a fala autorizada. A confusão se intensificou e impediu o avanço da audiência, que era realizada de forma conjunta pelas Comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira. Sem acordo para continuar, o deputado Rogério Correia (PT-MG), que presidia a sessão, encerrou os trabalhos antes da terceira rodada de perguntas.
Durante sua fala, Haddad defendeu a política econômica do governo e rebateu as críticas sobre o déficit nas contas públicas. O ministro afirmou que o superávit registrado em 2022, durante o governo Bolsonaro, foi artificial, impulsionado por fatores como o atraso no pagamento de precatórios e a privatização da Eletrobras abaixo do valor de mercado. Ele também citou a devolução de recursos aos estados pela perda de arrecadação do ICMS e o pagamento recorde de dividendos da Petrobras como elementos que distorceram os resultados fiscais do período.
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