
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, prestou homenagem nesta quinta, 5, aos 168 trabalhadores da entidade mortos em 2024, reforçando o apelo pelo fim da impunidade em zonas de conflito. O número expressivo de mortes, especialmente em Gaza — onde 126 vítimas eram funcionários da ONU —, marcou este como um dos anos mais devastadores da história da organização. Guterres destacou que a maioria dos mortos (125) atuava na Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), que tem sido alvo de ataques por parte de Israel.
Durante a cerimônia em Nova York, Guterres lamentou a perda dos trabalhadores, que classificou como “indivíduos extraordinários” guiados pelo compromisso com a paz e com o alívio do sofrimento humano. O secretário-geral criticou a banalização da violência contra trabalhadores humanitários e afirmou que não aceitará o assassinato de funcionários da ONU como um novo normal. Sem citar diretamente Israel, Guterres lembrou que muitos desses trabalhadores foram mortos enquanto protegiam civis ou entregavam ajuda humanitária no território palestino em conflito.
Além das perdas humanas, Guterres também abordou as dificuldades enfrentadas pela ONU diante da crescente pressão financeira. Ele mencionou os cortes de financiamento promovidos pelos Estados Unidos desde a gestão de Donald Trump e ressaltou que, mesmo com a redução de recursos, a dedicação da equipe das Nações Unidas permanece firme. “Num mundo em que a cooperação está sob pressão, devemos honrar o exemplo dos nossos colegas caídos. Não vacilaremos nos nossos princípios. Não abandonaremos os nossos valores”, concluiu.
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