Endometriose: desconfortante e desanimador, mas tem tratamento

A endometriose é uma condição na qual um tecido semelhante ao revestimento do útero (endométrio) cresce em outras áreas do corpo, como trompas, ovários, intestino, ureteres e bexiga. Durante o ciclo menstrual, os ovários produzem hormônios que estimulam o crescimento do endométrio em preparação para receber um óvulo fertilizado. Se não houver fecundação ocorre a menstruação, o sangramento mensal com derramamento do endométrio. Na endometriose este tecido que cresce fora do útero também responde aos hormônios, espessando e sangrando a cada ciclo menstrual.

Nesta condição o fluxo sanguíneo extrauterino fica dentro do corpo, causando inflamação e muita dor. Aderências podem se formar e grudar um órgão a outro, ou até fazer com que as tubas uterinas se fechem, o que leva à infertilidade. A formação de endometriomas (cistos sanguinolentos nos ovários) também afeta a fertilidade. Na endometriose pode haver sangramento anormal, intenso e com coágulos. Cerca de 40% a 60% das mulheres com períodos muito dolorosos, e 20% a 30% das mulheres que não conseguem engravidar, podem ter endometriose.

Endometriose é uma doença enigmática. Sua patogênese (causa ou origem, e circunstâncias que têm influência no seu desenvolvimento) é apoiada por diferentes teorias, e pesquisas relacionam a endometriose a uma desordem multigênica – múltiplos genes (mais de 830!) estão envolvidos na sua ocorrência. Ainda não há cura para a endometriose, porém há tratamentos para aliviar os sintomas e, se o caso for grave, procedimentos cirúrgicos podem ser necessários. Há também opções alternativas, que podem ser tentadas antes de se recorrer a tratamentos hormonais ou cirurgias invasivas.

Endometriose causa sintomas diversos : dor, fadiga, inchaço!

A endometriose é uma condição crônica e debilitante que afeta aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva. Acredita-se que metade delas pode apresentar uma endometriose ‘silenciosa’, assintomática ou com sintomas sutis. Os implantes de tecido endometrial podem crescer na parte externa do útero, trompas, ovários, intestino, ureteres e bexiga. De modo geral, a progressão dos sintomas é lenta, se desenvolvendo ao longo dos anos.

Os sintomas de endometriose são variados e se espalham por todo o corpo: períodos menstruais dolorosos com cólica intensa, sangramento excessivo, menstruação irregular, escapes no meio do ciclo menstrual, dor na relação sexual, sensação dolorosa ao evacuar e ao urinar, constipação, digestão dolorosa, náusea, dor lombar constante, dor pélvica, dor abdominal, infertilidade, dor de origem nervosa, fadiga crônica, inchaço.

Cada mulher experimenta uma variedade diferente de sintomas, o que pode dificultar o diagnóstico. À medida que a dor se torna mais severa, ela pode irradiar através da barriga, costas e pernas, sendo frequentemente descrita como um tipo de cãibra. Neste processo estão incluídos os papéis da inflamação local, inflamação neurogênica, sensibilização de nervos periféricos e sensibilização central. Como as pacientes com endometriose costumam ter comorbidades, como síndrome do intestino irritável e síndrome da bexiga hiperativa, as vias nervosas comuns que inervam o cólon, a bexiga e o trato reprodutivo feminino podem contribuir para a sensibilização cruzada entre os órgãos.

Endometriose, sistema imunológico e risco de doenças autoimunes

Endometriose é uma condição crônica e enigmática. As causas da endometriose permanecem mal compreendidas, pois não se sabe ao certo o que desencadeia essa doença. Ela pode ser originada pela combinação de múltiplos fatores, incluindo genética e disfunção imunológica. Há mais de 830 genes envolvidos na gênese desta enfermidade. A endometriose ainda não foi classificada como uma doença autoimune, no entanto pode aumentar o risco de doenças autoimunes.

A natureza inflamatória da endometriose parece desencadear uma instabilidade no sistema imunológico – o setor responsável por proteger o corpo contra invasores. Quando o sistema imunológico fica desequilibrado uma série de problemas pode acontecer. Ter endometriose pode aumentar o risco para outras condições de saúde (comorbidades), como as doenças autoimunes. Se você tem uma doença autoimune, seu corpo ataca a si mesmo, como se as próprias células fossem um invasor estranho. Inflamação contribui e faz parte dessa resposta autoimune alterada.

A endometriose está ligada a um sistema imunológico debilitado, e assim as mulheres ficam mais vulneráveis e podem pegar tudo o que vem pelo caminho, outras doenças e condições, como eczema e síndrome do intestino irritável. Uma meta-análise de 26 estudos mostrou uma associação significativa entre endometriose e várias doenças autoimunes, incluindo lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren (boca e olhos secos), artrite reumatoide, tireoidite autoimune (Hashimoto), doença de Addison (insuficiência adrenal), esclerose múltipla, doença celíaca e outras doenças inflamatórias do intestino, síndrome da fadiga crônica, asma, alergias.


Texto e pesquisa:
Dra. Tamara Mazaracki
CRM 52 301716
Especialista em Nutrologia
Membro da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia
www.tamaramazaracki.med.br
Clique aqui —> Instagran Dra. Tamara Mazaracki

 

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