Acordo de 1,5 grau “está ao alcance”, diz presidente da COP28

O presidente da cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima (COP28), sultão al-Jaber, acredita que está ao alcance de todos conseguir um “resultado sem precedentes” na conferência climática organizada pelos Emirados Árabes Unidos. Para ele, é possível concretizar um acordo para limitar o aquecimento global em 1,5 grau e até a Arábia Saudita pode assumir compromissos positivos.

Dubai se prepara para receber mais de 70 mil delegados de todo o mundo que participarão, durante 15 dias, das negociações climáticas da COP28. O encontro começa nesta quinta, 30.

Há dúvidas se é possível alcançar resultados substanciais depois da controvérsia em torno da presidência da COP28, relativamente a documentos que indicam a utilização da cúpula para privilegiar negócios com empresas petrolíferas nacionais.

O presidente da COP28 respondeu às dúvidas em entrevista exclusiva à publicação britânica The Guardian.

“Tenho que ser cautelosamente otimista”, disse al-Jaber. Segundo ele, o impulso positivo significa que o mundo pode chegar a acordo sobre um “roteiro robusto” de cortes nas emissões de gases de efeito estufa até 2030, garantindo resultado sem precedentes na conferência, que começa nesta quinta, 30.

“Retornar ao caminho certo e garantir que o mundo aceite um plano para 2030 que manterá um aumento de temperatura acima dos níveis pré-industriais de 1,5°C ao alcance global, é o meu único objetivo”, acrescentou.

Presidência controversa
Al-Jaber também é presidente executivo da empresa petrolífera nacional dos Emirados Árabes Unidos, a Adnoc.

Informações divulgadas sobre reuniões prévias, relativas à oportunidade de as empresas energéticas que o sultão preside negociarem petróleo, desencadeou onda de desconfiança, especialmente entre ativistas que consideram a liderança dele um conflito de interesses.

Ele argumenta que o lugar que ocupa fora da COP28 “o ajudará a envolver empresas e outros produtores de petróleo, incluindo a Arábia Saudita”, um aliado próximo dos Emirados Árabes Unido e o segundo maior produtor de petróleo do mundo, atrás dos Estados Unidos.

A Arábia Saudita é considerada pouco empreendedora para alcançar as metas climáticas das conferências da ONU. Na entrevista, al-Jaber, referindo-se ao Estado saudita, deu a entender que após as reuniões de preparação para a COP28 o governo demonstrou “positividade, envolvimento, receptividade à causa e ao apelo à ação para alcançar o resultado mais ambicioso da ação climática na COP28”.

“A Arábia Saudita tem cooperado e vêm com ambição”, reiterou al-Jaber. “Eles têm se envolvido de forma colaborativa em todas as áreas climáticas”.

A propósito do alegado conflito de interesses entre a presidência da Adnoc e a COP28, o sultão afirmou que a Agência Internacional de Energia, em relatório recente, diz que todos os setores devem fazer parte da solução.

Por isso, “a ação climática real e tangível só ocorrerá se todos forem responsabilizados. Precisamos garantir que todos os parceiros progridam em direção a uma transição energética. E não se pode fazer isso sem incluir as indústrias com grandes emissões, bem como o petróleo e o gás”.

Al-Jaber pediu aos países ricos “que não atrasem o acordo até os últimos dias”, lembrando o que aconteceu na COP27, no Egito, para indignação generalizada dos Estados pobres.

“Não quero que os governos mantenham as cartas escondidas até o último minuto”, advertiu. “Quanto mais cedo se abrirem, se envolverem e colaborarem, mais será alcançado”.

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