Leitores de diversas idades mergulham no mundo literário da 36ª edição da FeLiB

José Samarago, um dos grandes escritores portugueses, uma vez disse que “a leitura é, provavelmente, uma outra maneira de estar em um lugar”. Afinal, a leitura é uma potente ferramenta de educação e inclusão social que transforma vidas, além de incitar a criatividade, imaginação e também, o espírito crítico individual.

Depois de dois anos sem promover seus encontros, devido à pandemia de Covid-19, a tradicional Feira do Livro de Brasília (FeLiB) voltou a aquecer o coração dos leitores brasilienses neste ano. Recheada de novidades literárias que vinculam a leitura ao ambiente familiar, escolar e autoral, a 36ª edição da FeLiB chegará ao fim neste domingo, 26, após dez dias de exposição para todos aqueles que veem no ato de ler mais do que um simples hobby. O evento, que está instalado no Complexo Cultural da República, começou no dia 17 deste mês sob o tema “O Quadrado, o quadradinho e a leitura…sempre em frente”. Para a edição deste ano, foram criados espaços como Praça Família + Leitora, Sesc Vitrine Literária, Quadrinho + Autoral, Beco dos Quadrinhos e Espaço do Cordel.

O professor de Filosofia Daniel Oliveira trabalha no CED 02 do Paranoá e levou 35 estudantes para visitarem a Feira, onde puderam escolher um acervo de livros novos que agora fará parte do repertório literário desses alunos. “A importância da leitura para essa juventude é grandiosa, pois nos leva a dois caminhos específicos. O primeiro é o de liberdade de consciência e o segundo, da necessidade de percepção de si mesmo e do outro. Leitura liberta, conserta e atribui a cada um de nós grandes possibilidades de visão de mundo”.

Um dos marcos da FeLiB é a proposta de democratizar a leitura por meio de preços acessíveis dos livros para toda população. Daniel Oliveira acrescenta que a variedade dos preços permite que os professores consigam levar um maior acervo a suas escolas. Segundo ele, o valor acessível possibilita que os alunos abracem não somente a leitura, mas também o caminho do conhecimento.

Visitando pela primeira vez a FeLiB na “Cidade da Leitura”, a estudante de Jornalismo Sabrina Fonseca ficou vislumbrada com as riquezas literárias e diversidades culturais expostas. “Eu nunca havia ido no Complexo Cultural de Brasília. Confesso que foi uma surpresa descobrir que esse evento com livros, palestras e ensinamentos ocorre todos os anos e eu não tinha conhecimento. Foi incrível ter acesso a diversos livros e demais produtos por preços tão acessíveis. O mais interessante é que fica ao lado do Museu da República, onde está ocorrendo a exposição de obras do Modernismo e do artista Rubem Valentim, e também da Biblioteca Nacional. Ou seja, o enriquecimento artístico e educativo é amplo, tornando a experiência encantadora”, destacou.

Quebrando tabus e paradigmas, a cordelista e baiana Onã Silva há mais de 20 anos trabalha com a literatura de cordel, mostrando que o palco artístico desse Patrimônio Cultural brasileiro também pertence às mulheres. “O cordel por muitos anos teve o domínio masculino, mas há três anos foi fundado um movimento chamado “Cordel sem Machismo e Mulheres Cordelistas” do qual eu participo e que luta pela inclusão feminina. Antigamente, as mulheres que escreviam cordel eram silenciadas, os seus maridos que assinavam as obras. Embora por anos tenha sido uma área onde os homens se destacavam, hoje estamos aqui para fazer a mudança desse cenário”. Onã expõe seus trabalhos na Feira Literária há mais de três décadas e expressa entusiasmo com a volta da FeLiB após o período da crise sanitária mundial do coronavírus. “A cultura sofreu com a pandemia, assim como vários segmentos. Essa interação, a troca de conhecimento e a divulgação da literatura são fundamentais. Passamos praticamente dois anos com nossas obras paradas”.

Há 20 anos, a Feira do Livro de Brasília integra oficialmente o calendário da capital federal e desde então, trouxe grandes contribuições para o enriquecimento cultural daqueles que circulam pelas exposições e dão lugar ao poder arrebatador da leitura.

Por Mariana Alves

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